segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Raimundo Colombo, o brother!


Raimundo Colombo, o brother!



O governador Raimundo Colombo (PSD), é o legítimo governante amigão, nem parece que é um político. Quando você vê o governador atuando ou politicando, você não vê, pelo menos na aparência, uma raposa felpuda da velha política, mas sim um amigão de todos, um “brother,” que você encontra na rua. Seu jeito, sua "lisura," talvez viria daquela voz mansinha, eu pelo menos nunca vi o governador levantar o tom de voz para nada. Quiçá, seu estilo pacificador brota do seu sorriso carismático ao qual passa a impressão de que se está a frente do Mahatma Gandhi de Santa Catarina. Em mesma linha, poderia ser seu estereótipo rechonchudo, a causa da empatia! Muitas vezes você olha e não dá um pila para ele, no entanto, não é bem assim, pois nas entrelinhas ele exerce uma liderança forte. 

Politica é poder, é guerra, é o vale tudo para se eleger e perpetuar-se na cadeira, então, seria mesmo Raimundo Colombo, o Winston Churchill Barriga Verde? Churchill teve participação decisiva na Segunda Guerra Mundial, colaborando para a vitória dos aliados contra os alemães. Realizou inúmeras viagens, costurou alianças e traçou estratégias militares fundamentais para a vitória aliada.

Até um livro (O povo tem rosto, nome e endereço), o então Senador Raimundo Colombo escreveu e distribuiu gratuitamente, ensinando seu estilo para quem quer prosperar na política. Entretanto, saiba que é nas águas mais calmas e gélidas, que estão os buracos mais profundos. E foi assim que Raimundo Colombo adquiriu respeito e foi ficando, foi ficando e hoje está as vésperas de completar 40 anos, sempre atuando em alguma esfera de poder. No mais, tudo indica que sua próxima campanha, será novamente para Senador da República. E se ele entrar, ele ganha! Por um único motivo.

A jogada de mestre foi quando se uniram, lá em 2004, duas das mentes mais brilhantes, Colombo e Luiz Henrique, com estilos parecidos e que criou a atual coalizão, a qual vem governando Santa Catarina nos anos 2.000. Ambos formaram uma estrutura de governo tão forte, porém tão mesquinha, quase que imbatível, que não se imagina à curto prazo uma derrota. A não ser que algo mude e que reascenda o debate. 

Vejo o estado na atualidade, como uma ditadura Branca. Eles criaram secretarias espalhadas por “toda Santa Catarina” recheadas de cabos eleitorais, colocaram os principais partidos nos tentáculos do governo, conquistaram a imprensa, a qual raramente critica o governador e se critica, modera nas palavras para não magoar. Na esfera federal estão do lado de Temer e estiveram do lado de Dilma. Portanto, uma política carcomida onde aniquilaram os adversários! Mas tudo pode estar ruindo, por um único motivo: a ganância. Foi assim que grandes impérios políticos ruíram na história.

Neste final de 8 anos de mandato, Colombo tem o apoio de 36 dos 40 dos deputados da ALESC, somente os 4 petistas são oposição todavia e notoriamente, Colombo apoia o PT na esfera nacional. No estado, eles só não aprovam o que não querem, mesmo. Foi assim que o Raimundão da massa e seu “doce” jeitinho criou a segunda força política do estado, tirando do anonimato o PSD, tomando o título do PP. 

Quem não lembra de Colombo? Cria política do PFL, nome forte na época para assumir a cadeira do Palácio Barriga Verde. Antigo aliado de Esperidião Amin, o lageano rompeu com aquele para abraçar o então candidato a governador, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), para se eleger Senador e começar a derrocada do PP. Ele começou seu discurso dizendo que ia acabar com as famigeradas Secretarias de Desenvolvimento Regionais e posteriormente mudou de opinião.

Mas foi uma frase do governador, dita no reinado de Momo que poderá ruir o reinado de Raimundo Colombo e do saudoso ex governador Luiz Henrique da Silveira, cujo ditado era: “por toda Santa Catarina”. Estava lendo o Diário Catarinense de domingo de carnaval (26), cuja capa trazia a manchete de que a principal aliança, a mais forte que talvez já tenha sido criada por aqui, praticamente se acabou. 
 

A briga é entre as duas maiores potencias dentro dela, PMDBxPSD.

Foi um acordo mais ou menos assim que definiu a zona de conforto: 8 anos você (Luiz Henrique) governa e 8 anos eu (Raimundo Colombo) governarei. Só que não combinaram com os Russos e todo mundo cresceu o "zóio"! Ninguém imaginava a morte prematura do ex governador Luiz Henrique. Com isso, o PMDB, maior partido catarinense e que comanda a coisa aqui, criou a imagem de Mauro Mariani. O PSD criou Gerson Merísio. E são estes dois que estão se engalfinhando. Esperidião Amin (era uma esperança), presidente do PP, adversário natural do PMDB também defende Colombo, esquecendo do passado. Quanto ao PSDB, Marcos Vieira, presidente estadual da legenda este disse que: "teremos sim, candidato a governador." Lembrando que em 2014 eles ficaram em segundo lugar, com Paulo Bauer. Ironizando o PMDB, Vieira dispara: se alguém merece gratidão é o PSDB que apoiou Luiz Henrique em 2002 e 2006, só não apoiou Colombo por este optar apoio ao PT no Brasil.

Mas nem se entusiasme muito afinal, é capaz de terminar a eleição de 2018 e eles estarem todos juntos de novo, governando por toda Santa Catarina. Pois, se olharmos bem, em 2014 e em campanha, PSDB era contra, PP era contra e agora estão juntos. É o jeitinho doce de fazer política!

O governador teria dito em um discurso: “se temos uma dívida, é com o povo de Santa Catarina e mais ninguém.” Para um bobo que nem eu, meia palavra basta. Dito isto, o amigão Raimundo, achou um jeito de mostrar docemente suas garrinhas e se agarrando com o povo. Para falar isto, o governador deve ter alguma pesquisa em suas mãos, na qual provavelmente o mesmo deve estar sendo muito bem avaliado, dando então, sustentabilidade para tal ousadia. 

Mas eu digo e “re-digo”, não se espantem se depois de 2018, continuarmos vendo essa turma no comando. Note que, mesmo neste momento delicado, todos tomam muito cuidado ao dispararem suas metralhadoras verbais acusando então Merisio e Mariani pela quebra do tratado e não o doce Colombo.

Por Marcel Rodrigo de Lemos com imagens da internet