quinta-feira, 1 de novembro de 2018

FORA DOS PLANOS

FORA DOS PLANOS



Em julho de 2012, a rodovia, SC 355 (Lebon Régis/Fraiburgo/Videira), que corta o município de Fraiburgo, cuja metade do trajeto se encontra quase que bem no centro da cidade, onde circulam caminhões, carros, motocicletas, ônibus, máquinas agrícolas de 9 municípios, sendo um importante duto de escoamento para toda a produção meio-oestina, pois da acesso à SC 470 e à BR 116, foi contemplada com um aporte financeiro de R$ 34 milhões, para uma reforma completa e revitalizadora.

Sendo assim, no começo de 2013, nas dependências do Hotel Renar, foi apresentado com toda a pompa, a todos os interessados, um lindo projeto de encher os olhos, pois sem dúvidas, se fizessem tudo aquilo que estava previsto no papel, Fraiburgo ficaria até mais bonita do que já é. Além de ter sua mobilidade melhorada, consideravelmente, com um novo planejamento urbanístico. 

Na ocasião, além do governador Colombo (psd), compareceram também o vice, Pinho Moreira (MDB), seus secretários, deputados, aliados, prefeitos, vereadores e empresários da região. Entrava em ação, o projeto, Pacto por Santa Catarina, que recebeu 10,7 bilhões de reais, boa parte emprestado do BID (Bando Interamericano de Desenvolvimento), para fazer diversas obras no estado.  

Pois bem, cinco anos se passaram e somente parte do que foi prometido foi cumprido, sendo que o trajeto que sai em frente ao Hotel Fraiburgo, até o centro de Videira, teve sua obra concluída. Por conseguinte, ficou de fora, somente um local e talvez aquele que mais precisasse, o centro da cidade de Fraiburgo. 

Destarte, a população, até hoje, tenta entender o porquê, disso. Le.Sete, foi então atrás dos fatos, para tentar explicar toda a situação e saber quais foram os culpados e os motivos pelos quais este pedaço da obra não ter saído.

Somente neste percurso, de aproximadamente 3 km, que conta com 32 acessos ao comércio local, o tráfego aumenta consideravelmente, sendo que recebe uma enxurrada de veículos, motos e pessoas, além dos que passam. Ao todo, em torno de 8.000 veículos circulam diariamente por aqui. 

Então, por quê, 95% da obra saiu e estes menos de 5% ficaram para trás? Um dado curioso é que no total, era pra ter custado em torno de R$ 34 milhões, mas, acabou-se extrapolando o orçamento e segundo informações, o custo da parte feita, teria saído por R$ 50 milhões.

Fraiburgo necessita dessa obra. 

Puxando pelo passado, nos seus mais de 60 anos de vida, a cidade cresceu, o tráfego aumentou e a única coisa que foi feita para melhorar as condições, neste trecho que, pertence a cidade de Fraiburgo mas que foi tomada como parte da rodovia, foi no tempo do ex-prefeito, Edi Luiz de Lemos, ao qual adquiriu e introduziu alguns semáforos. Hoje, isto já está ultrapassado, sendo que quando abre-se o sinal, somente duas carretas conseguem passar, devido as filas gigantescas em boa parte do dia além de comprometer o acesso ao comércio. Antes disso, nas eleições de 1992, no projeto do então candidato derrotado, Irineu Secchi, este previa a construção de um viaduto, bem na esquina da  Trombini. 

No papel, com essa reforma, o centro de Fraiburgo, seria contemplado com:
1) Um trevo melhor elaborado de acesso a cidade de Monte Carlo.
2) Acesso para a Av. Afonso Pena (acesso à Uniarp).
3) Rotatória no Posto Tio Rui.
4) Rotatória de acesso a prefeitura.
5) Rotatória de acesso ao Bairro Jardim América.
6) Rotatória na saída de Fraiburgo, em frente ao Hotel Fraiburgo.



Mas, o que mais deixa a população de cabelos em pé, é que nada disso era para nem ter saído, se não fosse um esforço da ACIAF. Explicando melhor, conforme comentou-se, quando lançaram o projeto, verificou-se, que, o centro de Fraiburgo não seria contemplado. Diante disso, vendo a falta de vontade e consideração, a ACIAF, bateu o pé e foi atrás das lideranças estaduais, exigindo que este trecho entrasse nas reformas, pois era extremamente necessário. Passados cinco anos, o projeto (sem contemplar o centro de Fraiburgo) ainda consta no PPA (Plano Plurianual) do governador Colombo, PPA que vai até final do ano que vem. Depois disso, só Deus sabe quando se terá outra chance.

Os culpados

No frigir dos ovos, tornou-se uma celeuma de informações, as quais tentam justificar algo injustificável. No disque-disque, saiu que alguns empresários fraiburguenses, que preferiu-se nem mencionar os nomes nesta matéria, optaram em não querer, por motivos pessoais. Já o prefeito, Ivo Biazzolo, que na época não se preocupou muito, ao qual a Le.Sete não encontrou para ouvi-lo, que é do mesmo partido do Colombo, segundo informações, empurrou toda a culpa do desleixo, para o secretário de infraestrutura, Deputado Valdir Cobalchini (MDB) e parte do MDB. Sobrou até para o vice-governador Pinho Moreira,  para o Deputado Estadual, Natalino Lazari (PR) e para o prefeito de Videira, Wilmar Carelli, que era do MDB. Teriam todos culpa, mesmo? contra eles, depõe a desídia. 

O motivo

Junto a toda essa decepção, uma coisa foi muito comentada, todo o investimento que era pra ser feito aqui, teria sido destinado para a cidade de Videira, para a reforma da rodovia ir até o centro daquela cidade. Sendo assim, tiraram daqui, para por em outro lugar. Este é o motivo? 

Mas, a real culpa disso, está na falta de representatividade fraiburguense e de articulação com o estado. Apesar da prefeita Claudete pegar o bonde andando, ela tem feito repetidos pedidos, para que façam o que foi prometido. Todavia, como disse um empresário da cidade, que preferiu não ter o nome mencionado: "não temos representatividade nenhuma. Não temos alguém da cidade, que vá nos altos escalões do governo estadual e exija uma atitude, com veemência e até em tom de ameaça se for preciso. Nós não temos isso." 


Hoje, a situação depauperou e o abandono na rodovia é geral, pela má vontade política. Completamente esburacada (trecho nos semáforos), pode-se considerar o centro de Fraiburgo, como um percurso assassino. Até existe outro projeto, mais simples do que aquele do governador Colombo, porém, também não tem iniciativa. E se Fraiburgo decidisse fazer por conta, mesmo sendo o trecho sendo pertencente a cidade e apropriada pelo DEINFRA (Departamento Estadual de Infraestrutura), não poderíamos, devido a burocracia e pelo alto custo.

Agora, mais uma vez, deixemos tudo isso no passado e se espera que o futuro governador e os escolhidos fraiburguenses para o legislativo, prestem atenção sobre toda essa obra de fancaria. Mas, tudo indica que a angústia promete se prolongar, ainda mais, afinal, em entrevista dada, no dia 14/9, o governador Pinho Moreira já alertou que não vai poder cumprir a lei de responsabilidade fiscal e encerrará o seu governo, com 2 bilhões de reais de déficit. Ajoelharmo-nos e rezemos pelo futuro! Se nada mudar.

CAPA DA EDIÇÃO 46