Foto: Wilson C. Malinoski
Eleição na Câmara Municipal
A vitória do PMDB na presidência da Câmara no primeiro dia de 2017 é de um antagonismo pantagruélico sensacional, se compararmos com aquilo que se prometia nos palanques, apenas 3 meses antes no pleito municipal. Sendo assim, a eleição de Cersão (PMDB - 3 mandatos - 536 votos) para presidente da Câmara Vereadores ensejou uma negociata ferrenha pelos subterrâneos do executivo e do legislativo.
Como a Le.Sete havia adiantado a Vossas Excelências, em sua edição de nº 22, o fiel da balança no pleito interno seriam os novatos vereadores Adelar Ribeiro (PSDB - 754 votos) e Ângelo Rodrigues (PEN - 493 votos). Eles fizeram parte dos 6 votos que elegeram o representante da velha política fraiburguense para presidente daquela casa, abdicando do apoio ao governo da primeira mulher prefeita da cidade. Depois de eleito e de tirar o doce da boca da situação, principalmente, do Decano Oracir Ferreira de Deus, Cersão volta a ter em suas mãos um orçamento acima de R$ 3 milhões anuais, para gastar.
No tabuleiro político e na mexida das suas peças, nem mesmo o velho PMDB estava fechado com o eleito, mas o PSDB apoiou-o em troca de alguns penduricalhos. Só para lembrar, na guerra política em Fraiburgo, não faz muito tempo tivemos uma memorável puxada de tapete do PMDB no PSDB. Foi na eleição de 2012, na inédita chapa com dois vices. Aos íntimos, Locatelli hoje presidente do PSDB, um dos envolvidos e talvez o mais prejudicado na ocasião, nunca mais esqueceu o agravo e esse apoio ao Cersão, pode ter certeza que para ele pegou mal. O acerto seria de que na outra metade do mandato, quem assume a cadeira é Adelar.
Nos bastidores, comenta-se que o ex vereador Locatelli teria feito seu próprio acerto e até conseguido alguns cargos (incluindo uma secretaria) com a prefeita, em troca da eleição na câmara, antes de ser surpreendido por seus correlegionários apoiando o PMDB, na sorrelfa, gesto vindo do ex presidente Antônio Carlos que agora é assessor jurídico da câmara e dos dois vereadores que conseguiram 2 cargos (assessor jurídico e mais um na imprensa) em troca do voto. E ponto final. Mas, por que o agora furioso Locatellli não gostou do apoio a Cersão? pelo simples fato de ter perdido as regalias conquistadas em troca do apoio à prefeita ou pelo fato da rasteira sofrida, ainda mais para o PMDB? Locatelli teria até visitado a prefeita no dia 26 com o deputado Marcos Tebaldi na tentativa de confirmar o apoio.
Imagem: internet
Beto Ferreira (PMDB) e o vice escolhido nas convenções Zelir Locatelli (PSDB)
A situação política em Fraiburgo é caótica. O PSDB acaba de rachar de vez, com Antonio Carlos e os vereadores de um lado e o presidente Locatelli do outro. No PMDB, a coisa vem se deteriorando desde 2012. Na base aliada da prefeita, a turma do ex prefeito Ivo, mais precisamente quem não interessou para ela, ficou de fora, mesmo a apoiando. Quem sobrevive a esse tiroteio? Na prática o que se espera de Cersão é que este baixe urgentemente os custos da "casa das leis" e que votem projetos para o crescimento da cidade.
Finalizando, a prefeita está com um baita calo no pé e nada melhor que o refrão de um samba dos anos 80, escrito por Almir Guineto, para fechar com chave de ouro a tensa matéria: "depois que mataram a Jibóia, Jararaca deita e rola. Jararaca deita e rola, depois que mataram a Jibóia!"