Assistindo ao filme, Snowden, do premiado e polêmico diretor Oliver Stone, isso me fez refletir sobre uma coisa: de que forma estamos sendo vigiados? O filme retrata a vida de Edward Snowden, um jovem, inteligente e patriota americano, que tentou a carreira nas forças armadas, porém, se destacou como um analista de sistemas, trabalhando para o governo. Atuando pela CIA e NSA e depois de ter uma vida estabilizada financeiramente, mas muito inconstante no aspecto emocional, surgiu a decepção com a forma pela qual seu país vem invadindo a privacidade das pessoas, via internet, em nome da segurança nacional. Isto o fez cometer, para alguns, uma loucura. Snowden tornou público detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global americano. Hoje, estando asilado na Rússia e inimigo público nº 1 nos EUA, o rapaz cujas revelações deixaram à população atônita, deixou uma pergunta no ar: nós queremos isso?
Só pra você ter uma ideia, de uma única pessoa hackeada, eles conseguem chegar à 2,5 milhões de outras pessoas, sorrateiramente. Diante disso, a privacidade não seria um direito fundamental sagrado? afinal, o que você faz no âmbito da sua casa, diz respeito a somente a você.
Hoje, tudo te vigia e a gente colabora com isso. Na rua, em casa e principalmente nas redes sociais, muitas pessoas estão de olho no que você faz. Hackers doentios conseguem acessar seu celular, sua TV, sua inocente câmera no notebook, sem você sequer desconfiar. Satélites, Drones, tudo isto e muito mais, pode estar passando neste exato momento informações. Através de redes sociais, empresas sabem com antecedência tudo o que você consome. Cada palavra que você pesquisa, te leva a alguém que pode te usar.
Além de segurança estatal, poderia existir o lado bom da coisa e tanta vigilância pode trazer benefícios. Neste caso, imagina você podendo comprar um objeto, e simplesmente ao olhar para uma câmera qualquer, e pahhh, já está pago, debitado na sua conta. Outro exemplo, seria antever o surgimento de uma epidemia. O cidadão estaria andando pela rua, tossindo e espirrando, enquanto uma câmera o observa. Automaticamente ela constata um vírus poderoso. Imediatamente pahhhh, a pessoa é cercada e levada.
Um aplicativo consegue chegar ao seu perfil, através de uma foto e ter um mundo de informações suas. O erro? talvez esteja em nossa compulsão em divulgar nossas coisas diariamente. Cada like e cada compartilhamento seu, em uma rede social, é um registro do que você gosta. Já estão criando dispositivos aos quais avisem-nos quando estamos sendo observados.
Governos da Rússia e dos EUA comutam penas e contratam hackers para trabalhar, aproveitando suas habilidades, é a ciberguerra. Mas ok! o governo e as grandes empresas tem total liberdade de nos vigiar, entretanto, querem vigiar sem serem vistos. Mas e quando nós começarmos a vigiar aqueles que nos vigiam? Aí, pahhh! Eles não aceitam tal barganha. Muitos especialistas acham que, caso o mundo se torne um livro aberto, nos adaptaremos facilmente, sem segredos, podemos estar entrando na era da honestidade.