Para quem gosta de carros, comemorar os 50 anos do Ford Galaxie é um momento solene. Ele é um dos primeiros carros de luxo produzidos no Brasil, podendo ser considerado o pioneiro em conforto e tecnologia, no mercado nacional, sendo que se destacava pelo tamanho imponente e pelo consumo de gasolina, fazendo 5 km por litro. Em seus 5,33 metros de comprimento, dentro dele cabem seis pessoas, além de um enorme porta-malas, o que lhe rendeu apelidos tais como: “barca” e “banheira”.
Outra coisa curiosa é o fato do modelo trazer dois bancos inteiriços que mais parecem um sofá e também itens como direção hidráulica, ar-condicionado e câmbio automático. Raros os fraiburguenses que conheciam isto, na época.
Um sonho de consumo da alta sociedade, assim era o Galaxie. Empresários, artistas, políticos famosos como o ex presidente Juscelino Kubitschek se locomoviam com um destes. Até sua santidade o papa João Paulo II, quando esteve no Brasil, foi transportado em um Galaxie. Em Curitiba, a agência Metropolitana de automóveis mantem seu Galaxie intacto, com os plásticos nos bancos ainda.
O carro foi produzido em três versões: Galaxie 500, Landau e LTD (de Limitada) e saiu de linha em 1983, deixando saudade. Hoje, unidades bem restauradas podem custar mais de R$ 100 mil.
Mas a história não para por aí. Que Fraiburgo teve seu ícone do luxo nos anos 70, andando por suas ruas, um Ford Galaxie Landau 1977 Série Prata isso é ótimo, porém, que este carro continua aqui, isso aposto que você não sabia. É meu caro! O carro do saudoso Albert Frederich Marie Mahler, empresário, dono da Vinícola Fraiburgo e sócio majoritário da Papelose (Trombini), um francês elegante que amava essa cidade, ainda está em Fraiburgo, todavia, nas mãos de outro apaixonado, o advogado Flavio Martins. Para este: “o Galaxie representa uma instituição no que se refere ao gênero carro”.
Flavio José Martins: “este carro ficou parado por 18 anos na garagem e depois veio a ser negociado, até parar nas minhas mãos. Se você perceber, meu Galaxie tem placas pretas, isto quer dizer que para tê-las, eu tenho de fazer parte de um clube de carros antigos, então eu sou sócio do Veteran Car de Concórdia. Outro ponto crucial é a obrigatoriedade de se ter 80% de originalidade e este meu tem 95%. Então, no meu carro a chave é original, o estepe é original, tudo é original. Quando paro em certos locais, as pessoas pedem para tirar foto com ele.”
