terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Resquícios da tragédia.

Fraiburgo venceu a tragédia do granizo, porém, O QUE IRÃO FAZER COM ISSO? No Estádio Macieirão, não dá de ficar né.

E as medidas, prefeita?

Ouço vários prefeitos anunciando seus secretariados, anunciando medidas, principalmente no sentido de cortar gastos e quando paro para ver sobre Fraiburgo, até agora nada. Muito pelo contrário, o que se ouve é que a prefeita "não tem compromisso com ninguém" sendo que as vésperas de entrar no governo, nem o secretariado estaria completo. Em São Paulo, por exemplo, o prefeito João Doria Jr. já adotou a filosofia do corte de gastos e está passando para o domínio privado os direitos (manutenção, conservação e operação) sobre 109 parques municipais aos quais juntos dão um custo aproximado de 70 milhões de reais anuais. Doria já está pensando e agindo antes de assumir. E aqui? Vai continuar como está? Uma máquina pesada, cheia de vícios.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

FIM DOS 4 ANOS DO GOVERNO IVO BIAZZOLO

Fim do governo Ivo Biazzolo. 4 anos depois...

Hasta la vista, é uma frase mundialmente famosa e associada ao ator Arnold Schwarzenegger, a qual foi dita por ele, no filme: O Exterminador do Futuro 2 (1.991). No contesto da película hollywoodiano, ela (a frase) exprimiu um sentimento de: "estas são as últimas palavras." Então, findados 4 anos do seu governo, esta pode ser a primeira e última vez de Ivo Biazzolo no comando do executivo municipal, assim, Le.Sete faz uma análise comparativa sobre o que se prometeu na campanha e suas ações na prática. 

O ano era 2012 e a cidade estava em um clima de insatisfação, insegurança e pressão, por sinal, muita pressão por parte da prefeitura. Era o final de 8 nebulosos anos de perseguições e forte austeridade fiscal, após 2 mandatos do ex prefeito Nelmar Pinz (PMDB), onde o crescimento econômico travou (perdemos muitas empresas) e que desembocavam no descontentamento de boa parte da cidade. Tudo caminhava para a mudança.

Assim, este era o clima para a eleição naquela época. De um lado, estava o vértice das esperanças, depositado na voz de Ivo Biazzolo (PSD), ex vice do Pinz no primeiro mandato, considerado (pelas declarações) desafeto daquele e que vinha de uma derrota para o próprio Pinz. Então, Ivo havia conseguido coligar 6 partidos em prol de um slogan sugestivo: “Pelo futuro do povo de Fraiburgo”, o que levava multidões em seus comícios. 

Com um candidato a vice, escolhido a dedo, – Juliano Costa (PP) – um então jovem vereador (o mais votado), nos palanques dizia-se de peito estufado: “estes ninguém separa”, Ivo encarou Beto Ferreira, do PMDB. Beto era o atual vice do Pinz, na época, mas que, nem mesmo este o apoiou. Ao final, Biazzolo e seus 12.377 (59.35%) votos venceu o candidato da situação, que obteve 8.479 (40.65%) apoiadores. Quanto a isto, a título de curiosidade, agora em 2016, o ex prefeito Pinz e seus 6.888, fez bem menos votos do que seu próprio vice e desafeto também, lá em 2012.  O que marcaria aquela eleição? ela foi o estopim para uma briga interna no PMDB onde não se sabia nem quem era o vice na chapa do 15.  

A dupla vencedora, feliz da vida pela conquista

​Foto: Wilson C. Malinoski

Em campanha, Ivo Biazzolo (PSD) afirmava que vinha para trabalhar somente 4 anos e bateu em 5 teclas, para o quadriênio 2013/16: * voltar a unir a cidade, * valorizar o colono, * diminuir a austeridade fiscal, * trabalhar pela geração de empregos e * lutar por uma saúde e educação dignas! Vencida a eleição e após 4 anos, o futuro prometido "veio vindo, veio vindo" e enfim chegou. 

O primeiro perrengue

Em 01/01/13 Ivo Biazzolo e Juliano assumiam a prefeitura, para juntos mostrarem trabalho. O primeiro grande perrengue do prefeito foi: como acomodar os pretendentes a um emprego, já que a coligação era grande? Ao final, entrou e permaneceu trabalhando, quem mereceu. Todavia, a boca pequena, o pecado teria sido o desprezo por muitos aliados, deixados de fora e diante disso, não se escapou dos críticos que, alardearam por aí, o acusando de excessos, mantendo boa parte da turma do seu antecessor. Isso pegou mal, já que o combinado com o eleitor era a mudança.

A briga com o vice

Sem o auxílio de lupa, nos bastidores da campanha, já se sentia que a união que colocou PSD/PP no poder, havia sido construída de cristal. Dito e feito, praticamente um mês depois de eleita, a dupla, se separou sob um intenso tiroteio de acusações. Era o fim daquilo que ninguém separava e o vice nunca mais pisou na prefeitura (para trabalhar), até seu gabinete foi reutilizado. 

Relação com a Câmara Municipal

Vereador é eleito para exercer a vereança, dizia Ivo. Foi assim, curto e grosso, que o prefeito deu um jeito naqueles que tinham a esperança de deixar a câmara, cujo salário é menor (mas nada que umas diárias de viagem garantam o pão), para trabalhar como secretário. Para muitos, esta foi uma atitude sensacional, porém, teve seu custo, uma briga com o legislativo durante os 4 anos subsequentes, com direito a uma oposição ferrenha e também, com criticas nos subterrâneos da câmara, muitas vezes, vindas dos próprios aliados que sonhavam com uma secretaria.

Prefeito atuando no gabinete do executivo

​Foto: blog do dia

Trabalhar e não fazer política

Essa frase também marcou este mandato, tanto que o prefeito nem quis concorrer a reeleição, talvez já saberia do reflexo disto. Sempre reclamando da falta de dinheiro, das dívidas dos antecessores e da queda na arrecadação, isto justificaria algumas de suas falhas. Ao contrário de Nelmar Pinz, que pegou um tempo de vacas gordas, Ivo encarou o governo Dilma, onde a crise teve maior ênfase. Assim, sua estratégia foi manter, sem muita volúpia, a infraestrutura, priorizando o hospital. Sempre demonstrando dificuldade para cumprir os limites legais, honrar salários e fornecedores, o prefeito exonerou muitas pessoas. Isto teria azedado algumas relações, todavia, boa parte deste pessoal, Ivo pegou de volta. Na prática, a reclamação geral era de que muitas pessoas que o procuravam, davam com a cara na porta ou eram direcionadas para os seus assessores. Na cadeira de prefeito, Ivo não foi muito de atender, pessoalmente, a todos, aliás, sua personalidade demonstra ser introspectiva.

Os escândalos 

Neste aspecto, o prefeito foi rígido. No primeiro ano de mandato, surge o primeiro escândalo, Ivo demite seu secretário de saúde, Jonas Tadeu Cardoso (PP), motivado por denúncias. Posteriormente, e aí sim a gota d`água para se escancarar a briga com o vice, exonerou também sua primeira secretária de educação, professora Elionete Francescato (PP). Neste instante, o PP se retira da base entregando todos os cargos do governo (menos o de vice prefeito), tornando-se oposição. Aos seus assessores, ele reclamava muito da forma de atuação desta.  

 (RECORTAR BINO BARROS DEIXAR A MARCA DA SENEFRAI NA GABINA)
Foto: blog do dia

Outro escândalo foi o caso do seu amigo particular, escolhido para comandar a Sanefrai, Eloi Regalin. Destarte, Eloi foi notícia nas páginas policiais dos principais jornais catarinenses ao figurar em uma delação premiada que originou uma mega denúncia. Hoje, ele é réu em uma ação na justiça, sobre um esquema milionário de corrupção, denominado, “Operação Patrola” que estarreceu a região. O amigo do Ivo foi acusado de ter recebido uma propina no valor de R$ 25.000,00. Outrossim, Eloi Regalin já havia deixado a administração para atuar na campanha da prefeita eleita, quando a bomba estourou.

O futuro chegou

Fraiburgo, em números, traduz o que somos e o que representamos, sendo que, não evoluiu conforme as necessidades e as expectativas. 

População

O último censo nos mostra que em número de habitantes, em 2010, éramos 34.553 pessoas sendo que o prognóstico para 2015 é de aproximadamente 36.000. Neste sentido, cresceu-se, todavia, bem menos que a média catarinense e a cidade segue sendo um pouco maior que Campos Novos e menor que Curitibanos. 

O orçamento em 2014 ( últimos dados)

Percebe-se que Fraiburgo, no quesito arrecadação, veio crescendo (os números de 2015 não se teve acesso ainda). Na metade do governo Ivo Biazzolo, o confronto entre a receita arrecadada e a despesa realizada, resultou no Superávit de execução orçamentária da ordem de R$ 420.991,88, correspondendo a 0,50%. Em 2013 arrecadou-se R$ 76.054.673,59, já em 2014 o prefeito teve nas mãos R$ 83.498.298,03. Note que, 51,07% deste valor foram gastos com FOLHA DE PAGAMENTO, portanto, dentro do limite de 60%, porém gastou mais que o antecessor. Em 2014 o Legislativo municipal gastou R$ 1.476.969,67, valor abaixo do limite de 6% - R$ 3.180.836,40. 

Obras principais

* aquisição de algumas máquinas;
* habitação - construção de 36 casas populares através do Minha Casa Minha Vida (São Miguel II);
*reforma e mudança da Secretaria de Educação de local;
* pavimentação e recuperação de vias;
*obras de saneamento;
*algumas melhorias no lago;

Saúde

A saúde fraiburguense continuou sendo a grande luta e o maior medo para a população. Ivo chegou e no primeiro dia já teve um enorme abacaxi pra descascar, o fechamento do hospital. Para resolver isto, o prefeito, preferiu brigar com as irmãs da Congregação dos Santos Anjos (juridicamente) que comandavam o local, há 28 anos, que em contrapartida o acusaram de invasão de forma violenta. Biazzolo assumiu a bronca e contando com o auxílio da sociedade que criou uma associação para administrar, destinou R$ 300.000,00 mensais (conforme relatos), para o hospital. Acontece que, isto por si só, foi seu Calcanhar de Aquiles, afinal, ficou de mãos atadas financeiramente (segundo ele), e sob uma intensa acusação de falta de remédios e exames médicos, e também de investimentos em outras áreas. O PT o acusa de ter rejeitado, inclusive, o programa Mais Médicos do governo federal, que segundo eles seria um benefício para a cidade. A saúde no governo Ivo Biazzolo, bandeira que tanto defendeu, deixou a desejar, mas pelo menos manteve-se o hospital. 

Colono

Quanto às estradas, muitas foram patroladas e cascalhadas com frequência, todavia, algumas foram esquecidas e outras que precisavam ser alargadas, isto não aconteceu. Em defesa, diz-se que o tráfego pesado e o excesso de chuva, não as mantiveram como deveriam. Da porteira para dentro, patrulhas agrícolas foram adquiridas e alguns incentivos conquistados, mas, há reclamações da falta de profissionais em algumas áreas e da discriminação, pois teve lugar onde nunca mais uma máquina passou.


​Foto: internet

PIB Municipal 

O PIB per capita fraiburguense em 2005 era de R$ 28.736,00. Em 2015, a prestação de contas do prefeito, referente ao ano de 2014, dados fornecidos pelo TC (Tribunal de Contas), mostrou que o Produto Interno Bruto alcançava o valor de R$ 574.866.686,004, revelando um PIB per capita à época de R$ 16.521,06, considerando uma população estimada em 2012 de 34.796 habitantes. Na lista por PIB, no estado de Santa Catarina, Fraiburgo está beirando a 50ª posição, perdendo para todas as cidades fronteiriças, a nossa. Lembrando que, neste quesito, já ocupou-se a 33ª posição, em 2006. Continua-se vivendo um período de pouca expansão. 
Empresas

Quanto a austeridade fiscal, o prefeito foi bem mais flexível que seu antecessor e isto lhe garantiu uma boa avaliação (neste quesito), todavia, na prática, Fraiburgo perdeu força. Fechou-se a única empresa trazida nos últimos 3 mandatos, a Montana. Agora em 2016, a empresa Fischer SA anunciou o fechamento da sua serraria, demitindo em torno de 100 pessoas. Empresas como Renar e Pomifrai, antes alicerces econômicos, seguem restringindo seus quadros e hoje não são nem a sombra daquilo que representaram, sendo que figuram como grandes estruturas ociosas, e o pior de tudo não se incentiva a reutilização, não se aluga, estando a mercê do tempo. Quanto ao comércio, somente nas ruas centrais (aprox. 20), a cidade possuí em torno de 40 estabelecimentos (até o momento) com portas cerradas, colocadas para alugar ou postos venda. Essa é a realidade. A pior situação é a da maçã, em crise a muito tempo.
Empresas atuantes
2011 – 1365 unidades
2014 – 1.287 unidades (metade do governo Ivo)
Salário médio do fraiburguense
A média é de 2 salários mínimos nestes últimos anos (Relatório Sebrae – 2013). Porém, em 2013 (1º ano de governo) 1,7% da população ganhava R$ 70,00; 8,6% recebia ½ salário e 28,6 % tiveram no holerite o valor de ¼ salário.
Pessoal ocupado (carteira assinada)
2011 – 10.888
2014 – 10.807
Desemprego em alta
No ano de 2016 (dados fornecidos pelo SINE), Fraiburgo demitiu mais gente do que contratou, ou seja, até setembro (um ano de medição) haviam sido contratadas 5.946 e demitidas 6.626, dando um déficit de 680 pessoas (-8,05%). Portanto, de setembro de 2015 à setembro de 2016 - 680 pessoas - perderam o emprego e não acharam outra ocupação formal. Desta forma, ocupamos a pior colocação entre os maiores municípios catarinenses. 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
O IDH varia entre 0 (nenhum desenvolvimento humano) e 1 (desenvolvimento humano total), revelando que quanto maior a proximidade de 1, mais desenvolvido é o país. Fraiburgo possuí - 0,73.   Joaçaba - 0,866 (censo 2010)

Linha da pobreza
Em 2003, o índice de pobreza em Fraiburgo, conforme os últimos dados, consentia em 36,98% e o índice de pobreza subjetiva era de 25,05% (cidades.ibge.gov.br). Talvez nossa cidade aparentemente esteja bela, mas enfrentamos uma crise e isto assola o comércio. O índice de potencial de consumo Fraiburgo ocupa a 40ª posição em SC e 696º no Brasil. Não é dos piores e alguns afirmam que chora-se de barriga cheia, mas pode-se melhorar.
Educação
Os últimos dados do IBGE demonstram que Fraiburgo empacou e até mesmo desceu em alguns quesitos. Confira os dados estatísticos, comparando-se os anos de 2005 e 2015, nos quesitos pré-escola e ensino fundamental.
1) Pré-Escolar 2005
13 escolas/ 732 matriculas/ 26 docentes;
2) Pré-Escolar 2015
22 escolas/ 794 matriculas/64 docentes;

1)           Fundamental 2005
15 escolas/ 3.969 matriculas/ 221 docentes;
2)           Fundamental 2015
17 escolas/ 3.915 matriculas/ 164 docentes;

Hasta la vista, Ivo

Cumpre asseverar que, nas ruas, a avaliação é que em muitos aspectos, o governo de Ivo Biazzolo foi melhor do que o do seu antecessor, todavia, os números revelam que ele não cumpriu tudo o que prometeu, quando se embasou no slogam: “pelo futuro do povo de Fraiburgo”, mas também, seria muita exigência, afinal ao criar o slogan ele não definiu qual tipo de futuro.

Assim, ele se empenhou, e foram 4 anos de mandato que o deixaram de cabelos mais brancos, tanto que teve até problemas de saúde em determinadas épocas. Portanto, é assim que Ivo Biazzolo entrará para a história, como o prefeito que venceu uma eleição depois de 8 anos terríveis, com uma vantagem significativa, carregando uma esperança gigantesca e que trabalhou, mas, que, terminou seu mandato deixando a desejar. Tanto é verdade esta frustração da população, que sua sucessora (apoio irrestrito), agora em 2016 venceu apertado e obteve 5.156 votos a menos do que ele teve, lá em 2012. Ivo e seu sincretismo político, deixa o palácio da Av. Rio das Antas como entrou, ou seja, sem fazer política.